domingo, 21 de março de 2010

Areias

falava durante e num café de tudo o que temos pela frente, que pode ser tão escasso como areia. Esse tempo que nos escorre das mãos e as deixa vazias, olhamos novamente para a frente e o mar tráz novas ondas e marés, e nós? Nós ficamos parados a contemplá-lo. falamos do que achamos que vamos fazer com esta areia, dos areais que vamos percorrer e das pedras, dos búzios, do lixo com que as nossas mãos ficarão, quando toda a areia, quando todo o tempo se esquivar. Vi mesmo à minha frente as minhas aspirações indefinidas mas existentes, vi as pessoas, vi as novas caras, e ao ver tudo, não vi nada, e não sei mesmo o que esperar. O desespero e o gozo surpreendem-me.... mas deixo-me tomar um café e falar, deixo-me não tentar advinhar. Assim vamos percorrendo o tempo, os locais, as pessoas e as sensações, assim não desejamos apenas, ao menos enquanto a areia escorrega sem esperar, vamos percorrendo e sentindo como se transforma a nossa pele no contacto incessante com ela.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

sofrimento em duas faces

Chamam o teu nome, e não o ouves porque não és tu... a distância que separa uma imagem, uma própria imagem de ti, do que sentes, pode ser tão grande e isuportável. A ausência da imagem, não existir, pode por vezes parecer a única solução...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Repartem-se beijos e abraços, e partem-se sentimentos a meio, somos seres e somos baços, somos plantas que crescem pelo meio. As essências misturam-se, mas mantê-las intactas é fundamental.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

vazio mal preenchido

Hoje falei com uma pessoa sobre a sobrevalorização do amor, enquanto relação a dois, e principalmente enquanto peça fundamental do ser. Não posso deixar de discordar com uma visão tão restrita do ser humano, quanto a mim, somos construções das experiências, das aspirações, das relações, dos estudos, dos trabalhos, da atenção, somos construções de tanta coisa. Por isso sugamos vida de um leque diversificado de situações, pessoas ou sensações. Esta pessoa com quem falei colocou-me a pergunta: "Mas diz-me, não te sentes incompleta?". Absolufreakinglutly! A reflexão, a consciência deixa-nos vazios, mas o processo de preenchimento, de procura, o caminho é a resposta. A minha felicidade não depende de uma relação apenas, a minha vida muito menos, orgulho-me bastante de ser uma pessoa de motivações múltiplas. E para além de tudo isto, para mim é impossível ser feliz sem ter interveção social e política, até porque, como posso ser eu completa e completamente feliz por estar numa relação quando o mundo à minha volta se vai desfazendo. Acho esta atitude egoísta e muito ingénua da parte de quem quer realmente viver!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sem rede

Hoje falei com pessoas, que mais ou menos, durante a sua vida, não tiveram apoio ou rede de suporte. Pessoas a quem em momentos infelizes, de duvida, desistência, e dor não puderam ter um ouvido atento e um olhar terno, pessoas que rodeadas de poucas ou algumas pessoas, na realidade não tinham ninguém. Não que seja de ânimo leve que se apontem defeitos aos outros, mas a orientação, o apoio e o amor que damos deve ser prioridade, o amor em forma de compaixão, carinho, amizade, e ajuda tem que ser uma prioridade.

Os pais devem orientar, valorizar as crianças, defênde-las dos problemas, mas sempre germinar conciência e valores positivos, cultivá-las. Desenvolver-se-á um individuo com auto-estima, compaixão, gratidão, consciência, e com um sentido apurado de valorização do que realmente é importante na vida. A não reprodução de ensinamentos e educações negativas, enquanto mãe, é complicada e só pode ser feita de forma muito consciente e emancipadora.

à pessoa que mais admiro no mundo, uma vénia do tamanho dos mares, um amor do tamanho do sol e o desejo de saiba que é seu todo o céu e as estrelas...

"sofri muito, muito, que agora já não sofro mais."

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

4 da manhã

Não é que as horas sejam vazias, mas por vezes pairam tão soltas e deprotegidas, que se embarram no sono e na inércia. Nostálgica! Vejo um casaco que diz london, passo pelo palácio da bolsa e vejo um edifício de Paris, vejo o nilo no rio douro...vejo mil e uma coisas, vejo o mar dos açores, vejo mil e uma coisas, e vejo tão perto e tão forte o que sinto... è tão bom fugir e mudar, é tão bom conhecer, e viajar é mesmo viver. A vida é tão curta e tão presa, a experiência da vida é limitante e pequena, é prisão, voar e fazer de conta que somos outra pessoa, noutro lugar, com outro caminho, distende o meu tempo de fôlego. Parar é parar, e vou de paragem em paragem nostálgica com o faz de conta.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

saber querer

Hoje reflecti sobre as realidades que nos rodeiam, reflecti tamvém sobre as realidades que tão sôfregamente queremos perto de nós. O poder de acreditar e desejar é tão forte, tão intenso que torna a concretização palpável. No entando tudo isto depende de nós, de quando nos apercebemos qual é a verdadeira concretização, da integridade e honestidade do desejo, da importância e substância da ânsia. O mais importante é saber o que desejar, é saber por que lutar. Sem dúvida devemos escolher as nossas lutas, e deixar de lutar é deixar de viver. As lutas têm de ser escolhidas, e mesmo que pareçam impossíveis, podem ser ganhas, basta possuirem a integridade e justiça que lhes confiarão a união das vontades.